Estímulo e voz aos produtores da Amazônia

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Por Sérgio Vieira

O Mercado Livre lançou uma iniciativa para amplificar o espaço em sua plataforma de e-commerce para produtos da Amazônia, por meio da parceria com a rede Origens Brasil, formada por extrativistas, quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, povos indígenas, associações e cooperativas da região. O anúncio foi feito no início de novembro, durante a edição do TEDxAmazônia, fórum de discussões sobre questões climáticas e de preservação do bioma, realizado em Manaus. O objetivo é gerar oportunidades de renda a esses pequenos produtores, mas garantindo um comércio ético, sem extrapolar os limites da capacidade de produção gerada pela floresta.

“Ajudar esses produtos a acessarem mercados contribui para a geração de renda no território e na própria preservação desses locais”, disse à DINHEIRO Laura Mattos, gerente sênior de sustentabilidade do Mercado Livre no Brasil. “Nossa ideia é contribuir para fomentar negócios éticos na Amazônia e apoiar a comercialização de produtos da sociobiodiversidade.”

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Desde 2019, o MeLi desenvolve o programa ‘Biomas a um Clique’, que já dá oportunidade para 83 empreendedores locais e oferece descontos na plataforma, acesso à distribuição e logística, capacitação, visibilidade, entre outras ações. Dessa rede, 47 são da Amazônia e os demais da Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado.

“Queremos mudar a lógica de fazer negócio na Amazônia, com rastreabilidade, origem e indicadores. A gente quer produzir para conservar. Vamos trabalhar de acordo com o ciclo de cada produto, e não empurrar uma produção maior do que a floresta pode produzir”, afirmou Luiz Brasi, coordenador da Origens Brasil. “Agora, com o Mercado Livre, a rede quer chegar a mais consumidores no Brasil e no mundo.”

PEQUENOS AGRICULTORES
Roupa de algodão agroecológico

Fabiano Panizzi

A Lojas Renner lançou uma coleção mais conectada com ações de sustentabilidade ambiental e social, com peças feitas com algodão agroecológico brasileiro, sem uso de agrotóxicos e com maior preservação de solo e água. A matéria-prima foi cultivada por mulheres apoiadas pelo Instituto Lojas Renner no Ceará e na Paraíba. O programa do instituto já beneficiou cerca de 330 famílias de pequenos agricultores lideradas por mulheres, e gerou mais de 26 toneladas de matéria-prima, sendo 15 toneladas somente no ano passado. “Nosso programa de estímulo ao algodão agroecológico existe desde 2017, evoluindo e ganhando escala a cada ano. O projeto beneficia centenas de famílias através da qualificação da produção e da geração de renda, incentiva nossa rede de parceiros a construir soluções mais sustentáveis para o mercado têxtil e entrega aos clientes roupas que, em toda sua jornada, envolvem um cuidado especial com as pessoas e a natureza”, disse Eduardo Ferlauto, gerente-geral de Sustentabilidade da Lojas Renner.

ARQUITETURA VERDE
Bairro-parque com DNA sustentável

Concebido pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, o primeiro bairro-parque do Brasil foi entregue no fim de outubro, na cidade de Porto Belo (SC). O Vivapark tem área verde de 70 mil m², que é próximo ao tamanho de um estádio de futebol (o Morumbi tem 102 mil m²), área total de 500 mil m² e fica próximo às praias de Porto Belo e Perequê. “Nossos projetos têm DNA verde e trabalhamos primordialmente de acordo com a base ambiental dos locais em que desenvolvemos nossos projetos, algo que aprendemos com nosso mestre Jaime Lerner [que morreu em maio de 2021]”, disse a arquiteta Marina Sutile de Lima. A previsão da incorporadora Vokkan, idealizadora do projeto, é receber 6 mil habitantes no novo bairro nas próximas duas décadas.

SOLIDARIEDADE
Água no sertão do Piauí

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Comandada pelas empresárias Ana Maria Diniz e Gabriella Marques, a Polvo Lab, empresa de economia criativa de impacto, se uniu à plataforma digital Vvolunteer, voltada ao voluntariado e ajuda humanitária, para promover uma campanha de arrecadação e amenizar os danos da seca no sertão do Piauí, a pior do século. Com as doações, será possível instalar seis dessanilizadores em poços artesianos de água salobra para garantir água potável a moradores de São Francisco de Assis, município com uma das piores marcas no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. As doações podem ser feitas pelo site www.vvolunteer.com.br/doe.

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“Entre 2005 e 2012, foi possível reduzir o desmatamento na Amazônia em 83%, evitando lançar 5 bilhões de toneladas de CO2, a maior contribuição ambiental dada até hoje por um país” Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que também exerceu o cargo entre 2003 e 2008

Fórum para tratar da equidade racial

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Como se relacionam, quais as perspectivas e tendências dos desafios atrelados às mudanças climáticas, à neoindustrialização e à promoção da diversidade racial no ambiente corporativo? Esses são alguns assuntos daterceira edição do Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial 2023, que ocorrerá na Fiesp, nos dias 16 e 17 de novembro, e reunirá CEOs, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável da Presidência da República (CDES), especialistas do Brasil e do Exterior, setor financeiro e mercado corporativo. A realização é da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, Fiesp e Mover – Movimento pela Equidade Racial. Entre as presenças internacionais já confirmadas estão a norte-americana Reta Jo Lewis, presidente do Banco de Exportação e Importação dos EUA, e a nigeriana Ngozi Okonjo–Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Nos vemos lá.