Natura vai de sustentável a regenerativo
Por Sérgio Vieira
Maior multinacional brasileira no setor de cosméticos e bem-estar, a Natura decidiu dar um passo à frente no conceito de sustentabilidade, que sempre foi uma marca registrada de sua história. A partir de agora, a empresa passa a adotar o conceito de regeneração como o centro da estratégia da companhia, em vez de ser apenas sustentável. O plano foi anunciado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climárticas (COP28), em Dubai. “Estamos em um estado de urgência em relação ao mundo. O conceito de sustentabilidade sempre foi o de prover vida para a população atual do planeta.E a gente pensou muito sobre como podemos curar, restaurar. Neste sentido, a regeneração vem como um chamamento”, disse à DINHEIRO Angela Pinhati , diretora de Sustentabilidade de Natura&Co. “O que queremos é pensar em como podemos regenerar a floresta que foi devastada, em como trazer soluções e recompor a biodiversidade.” Já nesse novo conceito, a Natura acaba de lançar o primeiro hidratante concentrado para o corpo. O frasco refilável do Natura EKOS Concentrado de Castanha é feito 100% com plástico retirado dos rios da Amazônia. Comparado ao refil regular, o produto emite 20% menos gases de efeito estufa e requer 75% menos uso de combustível na cadeia logística. Também promove impacto positivo nas comunidades envolvidas na produção do óleo de castanha.
ATENDIMENTO SOCIAL
Sorriso das crianças e do fundador
Com nove anos de fundação completados em novembro, a Associação Israelita Fortunée de Picciotto, entidade beneficente sediada no bairro do Bom Retiro, no centro de São Paulo, celebra a marca de 100 mil atendimentos odontológicos em crianças e adolescentes de 2 a 17 anos. “A associação é um sonho de criança que se tornou realidade. Pensar que são mais de 100 mil sorrisos recuperados é motivo de muita satisfação e nos impulsiona para querer expandir mais”, disse o fundador Vivian de Picciotto. Os serviços são gratuitos para famílias que não podem pagar pelo tratamento. São realizados atendimentos de:
• odontopediatria,
• endodontia,
• dentística,
• ortodontia de crianças e adolescentes e cirurgias.
Para 2024, a entidade irá ampliar atendimentos para a área de oftalmologia, oferecendo pacotes de consultas mais óculos a preços acessíveis.
INCLUSÃO
Arezzo costura sonhos e gera renda
Referência em moda no Brasil, a Arezzo&Co se aliou novamente às ONGs Costurando Sonhos e OrientaVida para promover impacto positivo para cerca de 50 mulheres em situação de vulnerabilidade social, com capacitação e geração de oportunidades e renda. A Schutz, que pertence ao grupo, cedeu tecidos remanescentes de coleções para a produção de 3,2 mil cangas de praia, confeccionadas pelas costureiras da ONGs e depois compradas pela marca. “Além da oportunidade de trabalho, produzir algo para uma empresa de moda como a Arezzo é um reconhecimento muito importante. Isso mostra que é possível conquistar espaços que, muitas vezes, parecem estar muito distantes da nossa realidade”, disse Suéli Feio, fundadora da Costurando Sonhos e uma das líderes do projeto de corte e costura. No ano passado a companhia inaugurou a Loja dos Sonhos na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, com a Costurando Sonhos. O espaço reúne produtos da Arezzo, com 100% do lucro para a ONG. Até aqui, o trabalho impactou 128 mulheres. “Com essa estratégia de moda circular, reduzimos o resíduo têxtil em estoque e apoiamos o empoderamento de mulheres”, afirmou Suelen Joner, head de Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão da Arezzo&Co.
MENOS EMISSÃO DE CO2
Uma batata ainda mais sustentável
A gigante Kellanova (que antes se chamava Kellog’s) está empenhada em impulsionar sua estratégia nas práticas ESG no País. Um dos pilares está na batata Pringles, que já tem parceiros que garantem o fornecimento sustentável para a matéria-prima. “Investimos R$ 250 milhões para dobrar a capacidade produtiva da Pringles, na planta de São Lourenço do Oeste (SC). Também é imperativo assegurar o suprimento constante da matéria-prima de alta qualidade para sustentar a produção, por isso desenvolver o agronegócio nacional é um fator-chave para alcançar novos patamares”, disse Alberto Raich, vice-presidente e gerente-geral da Kellanova no Brasil. Um dos exemplos é a parceria com a fornecedora Bem Brasil, que tem forte atuação socioambiental e tem contribuído para redução o impacto da produção da Pringles. A Bem Brasil reaproveita 100% dos resíduos de batatas, usados na produção de adubo orgânico e alimentação natural. E também utiliza 50% de energia por meio do uso da biomassa, o que evita a emissão de 285 mil toneladas de CO2.
PARA ANOTAR:
Azerbaijão
É o país escolhido para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), em novembro do ano que vem. O fórum será na capital Baku. A decisão ocorre após impasse com Rússia e Armênia para decidir onde seria a conferência, previamente destinada para o leste europeu. O local da COP30, em 2025, já estava decidido: será em Belém (PA), a primeira em solo brasileiro e em plena região amazônica.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
EY quer criar valor com a natureza
A empresa de consultoria e auditoria EY anunciou, durante a COP28, o lançamento do seu centro de soluções de negócios voltado para a criação de valor com a natureza. EY Nature Hub é um projeto pioneiro que visa desenvolver soluções para empresas e governos que buscam criar desenvolvimento sustentável e impacto social positivo em direção à transição para uma economia de baixo carbono. A nova área tem foco em:
• setores de difícil descarbonização,
• sistemas alimentares,
• biocombustíveis,
• infraestrutura,
• recursos naturais,
• e sistemas de energia.
“Com o Hub, nossa missão é encontrar caminhos e soluções que não foram considerados na formação dos frameworks de sustentabilidade na última década. A iniciativa vai atuar também para desenvolver soluções de adaptação climática, um custo crescente e que vai impactar empresas nos próximos anos”, afirmou Ricardo Assumpção, sócio-líder de ESG para a América Latina e Chief Sustainability Officer (CSO) da EY Brasil. “Todas as organizações dependem de capital natural, responsável diretamente por 60% do PIB do Brasil, uma vez que a sociedade faz parte do ecossistema da natureza.”