Você tem um novo colega de trabalho e ele se chama Inteligência Artificial

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Heverton Peixoto: "A IA não chega para substituir os afazeres humanos (pelo menos na maioria dos casos), mas para somar e trabalhar junto" (Crédito: Divulgação)

Por Heverton Peixoto

A Inteligência Artificial (IA) emergiu como um catalisador revolucionário, remodelando a maneira como as organizações interpretam e utilizam dados. Já me arrisco a dizer que somos colegas de trabalho. Ela não chega para substituir os afazeres humanos (pelo menos na maioria dos casos), mas para somar e trabalhar junto.

É importante enxergar essa mudança como uma oportunidade de ter um parceiro para o dia a dia que, quando integrado de forma eficaz, pode impulsionar a produtividade e a eficiência no ambiente corporativo, permitindo que as empresas otimizem processos, automatizem tarefas repetitivas e alcancem maiores resultados.

Mas essas adequações não são rápidas e demandam tempo para que os profissionais (humanos) passem a se concentrar apenas em atividades mais estratégicas e criativas. Por isso, é necessário que as empresas entendam a importância de investir em tecnologias e pensar em como a colaboração entre humanos e IA pode moldar o futuro do trabalho, uma vez que esse avanço tem gerado muitas novas oportunidades no ambiente profissional, mas ainda faltam pessoas com habilidades para trabalhar na área.

Uma pesquisa global ouviu mais de 1,6 mil profissionais e apontou que 79% dos entrevistados dizem ter tido ao menos algum contato com a IA generativa no trabalho ou fora dele e 22% afirmam utilizá-la regularmente no seu cotidiano profissional. Além disso, o tema passou a ser foco entre os cargos de liderança. Ou seja, quase um quarto dos gestores C-level entrevistados diz que já utiliza pessoalmente ferramentas de IA generativa no dia a dia na empresa e 40% dos entrevistados afirmam que suas organizações aumentarão os investimentos nessa tecnologia.

“Uma pesquisa global ouviu mais de 1,6 mil profissionais e apontou que 79% dos entrevistados dizem ter tido ao menos algum contato com a IA generativa no trabalho ou fora dele e 22% afirmam utilizá-la regularmente no seu cotidiano profissional.”

O estudo também mostra que as áreas de marketing, vendas e serviços como atendimento ao cliente e suporte ao administrativo são as que mais estão buscando novas ferramentas tecnológicas, por consequência a IA.

Uma das facetas mais importantes da IA é sua habilidade em analisar vastas quantidades de dados em tempo real. O que fica claro é que, enquanto métodos convencionais poderiam demandar horas ou até mesmo dias para processar informações, a IA realiza essa tarefa em frações de segundo. O resultado é o suporte aos humanos na tomada de decisões, levando às escolhas mais precisas e estratégicas.

O investimento em IA também destaca a importância da ética e governança. As empresas precisam estabelecer diretrizes claras para o uso responsável da tecnologia, garantindo que os benefícios sejam alcançados de maneira correta e equitativa.

Dessa forma, é dever das companhias assegurar que suas soluções de IA não perpetuem ou ampliem desigualdades existentes. Isso envolve a atenta avaliação de possíveis vieses nos dados utilizados para treinamento dos modelos, bem como a implementação de medidas para mitigar qualquer impacto desproporcional sobre grupos específicos.

Com esse cenário de muitas mudanças e novidades, é importante lembrar que a legislação desempenha um papel vital na promoção de práticas com transparência e na proteção dos direitos dos cidadãos em um ambiente onde a IA desempenha um papel cada vez mais significativo. Audiências públicas são essenciais, já que permitem que diversos atores sociais, incluindo especialistas, empresas, organizações e cidadãos, expressem suas preocupações e opiniões.

Heverton Peixoto é engenheiro civil com MBA em Corporate Finance no Insead, CEO do Grupo Omni e conselheiro do Instituto  Inovação em Seguros e Resseguros da FGV