Investir no jovem é formar novos líderes

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Heverton Peixoto: "Colaboradores que investem na própria capacitação muitas vezes ganham reconhecimento dentro e fora da empresa. Esse chega como aumento de salário, bonificações, promoções, elogios e premiações" (Crédito: Divulgação)

Por Heverton Peixoto

Selecionar, contratar e desenvolver jovens profissionais dentro da empresa exige uma cultura organizacional que promova aprendizado e crescimento contínuo do colaborador. Quando a cultura valoriza a transparência, a colaboração e a inovação, o resultado é a criação de um ambiente propício para que esses talentos se sintam à vontade para compartilhar ideias e assumir riscos calculados.

Não à toa, um dos principais motivos para investir na capacitação profissional é o fato de ser melhor promover o desenvolvimento dos colaboradores que já fazem parte do quadro de pessoal do que contratar de fora. Daí a necessidade de programas especiais, como o de estágio, que permitem que jovens talentos adquiram experiência prática e conhecimentos relevantes e ajudam a identificar e desenvolver futuros líderes dentro da organização.

Os estágios são importantes para que os novos colaboradores conheçam a cultura da empresa, construam relacionamentos e se integrem ao ambiente de trabalho. Quando inseridos em equipes e projetos, podem aprender com profissionais especializados e, ao mesmo tempo, trazer novas perspectivas e inovações.

Para se ter uma ideia, no Brasil, dados do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que os jovens entre 14 e 24 anos (que representam 17% da população) enfrentam grandes barreiras para ingressar e se manter no mercado. Apenas 50,5% desses jovens estão ativos profissionalmente e, entre eles, cerca de 45% estão em situações informais.

Uma solução de enorme potencial, a formação de jovens colaboradores é fundamental em um cenário que demanda constante renovação e adaptabilidade para fazer frente à competição imposta pela transformação digital – intensificada cada vez mais pelo fenômeno da Inteligência Artificial.

Colaboradores com formações e origens variadas oferecem novas ideias e abordagens, contribuem para ambiente mais inclusivo e enriquecem a cultura organizacional

Para isso, o sentimento de pertencimento é fundamental para a retenção de talentos. Para cultivá-lo, as instituições devem criar espaços nos quais esses jovens colaboradores possam expressar suas opiniões e contribuir para decisões que impactem seu trabalho e o ambiente que os circunda.

Programas de mentoria e feedback ajudam a fortalecer esse vínculo, pois os profissionais mais experientes podem oferecer orientação e apoio, enquanto os mais jovens se sentem valorizados e reconhecidos pelas contribuições recebidas.

Colaboradores que investem na própria capacitação muitas vezes ganham reconhecimento dentro e fora da empresa. Esse chega como aumento de salário, bonificações, promoções, elogios e premiações.

Para as empresas, os benefícios são diversos e estratégicos. Destaco aqui a possibilidade de moldar esses jovens talentos segundo a cultura e as necessidades da organização, criando uma base sólida para colaboradores altamente alinhados, comprometidos e fiéis ao propósito da empresa.

Essencial para o sucesso de qualquer organização, a diversidade de experiências traz uma riqueza de perspectivas que podem contribuir para a criatividade e a solução de problemas. Colaboradores com formações e origens variadas oferecem novas ideias e abordagens, contribuem para um ambiente mais inclusivo e enriquecem a cultura organizacional, fomentando um espaço onde todos se sentem ouvidos.

A contratação de talentos oriundos de diferentes vivências e contextos desempenha um papel crucial na formação e desenvolvimento dos profissionais como um todo, turbinando equipes e resultando em maior engajamento dos funcionários. Como uma das consequências, pode atrair uma clientela mais ampla, refletindo as diversas necessidades e desejos do mercado e melhorando a reputação da companhia.

Heverton Peixoto é engenheiro civil com MBA em Corporate Finance no Insead, CEO do Grupo Omni e conselheiro do Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros da FGV