Gente boa e boa gente!
Por Heverton Peixoto
As constantes mudanças no mundo corporativo exigem do líder mais do que habilidades técnicas. Hoje, é esperado que esse profissional demonstre características que promovam resiliência, adaptabilidade e boas relações interpessoais. São as chamadas soft skills. Essas transformações refletem a necessidade de as organizações estarem voltadas para o desenvolvimento humano, considerando não apenas as demandas do mercado mas também o impacto nas equipes. Entre as características fundamentais para exercer a liderança está a positividade. Pessoas com boas energias geralmente se tornam fontes de apoio da equipe.
Elas estão dispostas a ouvir, oferecer suporte emocional e ajudar nas dificuldades, criando um ambiente de trabalho mais solidário, atento às suas necessidades do time e cultivando um ambiente de respeito mútuo.
Esse enfoque centrado nas pessoas não apenas promove a satisfação no trabalho, mas é capaz de desempenhar um papel crucial e criar um ambiente de trabalho produtivo e motivador, impulsionando o moral da equipe e gerando impactos tangíveis nos resultados organizacionais.
A energia boa de um líder é contagiosa e a conta é simples. Otimismo, resiliência e empatia refletem diretamente no time. Colaboradores inspirados por uma liderança positiva tendem a ser mais engajados, criativos e dedicados. Essa atmosfera propícia ao desenvolvimento pessoal e profissional contribui para um ciclo virtuoso de produtividade e inovação.
A presença de indivíduos com boas energias contribui para a construção de uma cultura organizacional positiva. Isso pode atrair e reter talentos, além de fortalecer a reputação da empresa. Um ambiente onde as pessoas se tratam com respeito e consideração tem como resultado o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Um gestor que está constantemente de mau humor não apenas afeta o clima da empresa, mas também compromete a saúde e o bem-estar da equipe. O ambiente tóxico criado por essa energia negativa é uma barreira para se manter relacionamentos interpessoais saudáveis, o que pode prejudicar a comunicação e a eficácia da equipe. As consequências de uma má liderança passam pela alta rotatividade, além de fenômenos como o ‘quiet quitting’ (traduzida e conhecida como ‘demissão silenciosa’), que são prejudiciais ao negócio. Nesse contexto, gestores mal-humorados estão com os dias contados.
Colaboradores inspirados por uma liderança positiva tendem a ser mais engajados, criativos e dedicados. Essa atmosfera propícia ao desenvolvimento pessoal e profissional contribui para um ciclo virtuoso de produtividade e inovação
Recentemente, o McKinsey Health Institute realizou uma pesquisa com mais de 30 mil funcionários de 30 países e revelou que os colaboradores que têm uma experiência de trabalho positiva relatam uma melhor saúde holística, são mais inovadores no trabalho e apresentam um melhor desempenho em sua função.
Os profissionais sentem-se valorizados não apenas pelos resultados que alcançam, mas também como seres humanos. Isso cria um espaço onde a qualidade de vida no trabalho é priorizada, resultando em funcionários mais felizes e equilibrados.
A presença de boas energias não é apenas um componente intangível na cultura organizacional, mas uma força motriz que impacta diretamente no desempenho na reputação da empresa.
Por isso, é papel dos gestores aprender a elogiar e promover emoções positivas, entre elas a compreensão, empatia, otimismo e gratidão. Ser gente boa no ambiente corporativo não é apenas uma opção ética, mas uma estratégia sólida para o sucesso a longo prazo.
Heverton Peixoto é engenheiro civil com MBA em Corporate Finance no Insead, CEO do Grupo Omni e conselheiro do Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros da FGV